"Como é evidentemente muito dificil escrever a verdade, no interesse dela eu me permiti às vezes ir um pouco além ou ficar um pouco aquém."

Robert Capa (1913 - 1954)

domingo, 31 de janeiro de 2016

See ya later Oceania!

Hoje iniciamos o nosso caminho de volta para casa. Foram praticamente 3 dias em Sydney, cidade mais populosa do país. Ela vai deixar saudade!
Chegamos na quinta-feira no final da tarde. Nosso hotel era em Chinatown, perto da estação central. A localização é bem legal e relativamente perto de tudo.
Nas duas primeiras noites fomos jantar no Darling Harbour, mais uma área portuária revitalizada e cheia de restaurantes, bares e festas. Muito legal e imperdível.
Durante o dia caminhamos muito de um lado para o outro. A rua principal chama-se George Street e corta a cidade do norte ao sul. Do nosso hotel até o seu final, no mar, era uns 45 minutos de caminhada. Fizemos pelo menos 4 vezes este percurso durante nossa estada por aqui.
Passamos pelo Paddys Market, cheio de lojinhas. O Queen Victoria Building e o Strand Arcade, dois prédios bonitos e antigos com muitas lojas. A Pitt Street e o Martin Place, dois calçadões bem modernos. E ainda o Hyde Park e as Barracks, onde ficava uma das prisões da cidade no século 19. Sydney foi a primeira cidade colonizada pelos ingleses na Austrália a partir de 1.788. Pra cá vinham somente os famosos chaves de cadeia. As primeiras casas e estruturas construídas na região foi em The Rocks, bem na beira do mar e hoje ao lado da Harbour Bridge. As casas ainda estão lá no mesmo estilo e arquitetura, apesar de não serem as mesmas de mais de 200 anos. Hoje, pra variar, são restaurantes e bares sempre lotados.


Mas o mais sensacional é sem dúvida a Opera House! Sempre tive vontade de conhecer e vendo na televisão eu não imaginava algo tão grande e bonito como é ao vivo. É muito fantástico!! É muito maior que eu pensava! Como se vê pela TV, principalmente nos fogos do dia 31/12, ela fica bem na beira do mar e em toda a volta na parte de baixo há bares. Ontem à tarde estava lotada de gente (maioria bem arrumados) tomando uma cerveja ou espumante e aguardando os eventos começarem. Sem dúvida, a parte do Porto de Sydney é um dos lugares mais legais que já conheci. Essa combinação da ponte, opera, museus, cais, gente e, obviamente, grana girando, faz o lugar ser imperdível!

    



Em uma das tardes, pegamos um barco e fomos até Taronga Zoo, cerca de 10 minutos do Porto. Tivemos azar que no caminho caiu um baita temporal, mas em 1 hora passou. Como estamos no verão, todos os dias caiu uns mega temporais, mas depois melhorava o tempo. Eu não sou muito fã de zoológico, mas era a única oportunidade de ver os animais da região, como coala, canguru, diabo da Tasmânia, entre outros. E valeu a pena! Ainda tivemos um bônus de ver uma família de gorilas, que são assustadoramente apaixonantes.


   



No sábado pela manhã pegamos dois ônibus e fomos para Bondi Beach (pronúncia correta é Bondai), praia mais famosa da cidade. Chegamos bem cedo e estava meio nublado, mas já lotado de gente e surfistas no mar. A praia é relativamente pequena, mas bem legal! O mar é aquele famoso "arranca biquíni", na beirinha já têm ondas fortes e se o galo não entra ligado, já toma uma rasteira. Em seguida abriu sol e ficou muito quente. Aqui na Austrália é um dos maiores buracos da camada de ozônio, o sol é quase um lança-chamas! Em seguida do almoço voltamos para o centro.



Para não dizer que foi só alegria, uma das noites, por volta das 3:42 da manhã, acordamos com o alarme de incêndio nos ensurdecendo no quarto. Correria!! As pessoas saindo dos quartos, todo mundo com cara de sono! Como estamos no primeiro andar, se aprumamos rápido e quando íamos descer avisaram que era alarme falso. Batalha!
E finalmente chegou o famoso Domingo sem fim! Adeus à terra do Boomerang, do Didgeridoo e dos Aborígenes!
A viagem de volta inicia de Sydney a Auckland, depois Santiago, São Paulo e Porto Alegre. Serão algumas horas voando! A viagem valeu muito a pena! Essa região do mundo é imperdível!

Obrigado aos que viajaram com a gente pelo blog e qualquer dia teremos outra!

Abraços!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Grande Barreira de Corais

Estamos em Cairns, cidade próxima a Grande Barreira de Corais! Que fantástico são estes corais! O Riosi iria à loucura por aqui e certamente me pediria algumas encomendas.
Bom...mas a nossa entrada na Austrália também foi tumultuada. Antes de chegar em Cairns, no nordeste da Austrália, fizemos uma parada em Brisbane. Como trocamos de avião, a imigração teve que ser feita lá. Quando entregamos os passaportes, um policial bigodudo fez um monte de perguntas novamente. Ok, faz parte! Nos deixou passar, mas na alfândega fomos selecionados. Abriram as duas malas e tiraram tudo de dentro. A minha, o policial verificou até dentro dos bolsos da calça. Na da Clarissa acharam um colar de conchas que nos deram no Taiti e confiscaram. Depois de um tempo, devolveram e avisaram que no formulário colocamos que não tínhamos conchas na mala e que, como tínhamos, deveríamos ser multados. Mas o guardinha foi parceria e deixou por isso mesmo. Foi aí que perguntei o motivo da tensão e ele repondeu que muitos brasileiros trazem drogas para a Austrália e que um casal ficar apenas 5 dias no país, entra na estatística de possíveis suspeitos. Desta vez tremeu as pernas do galo cinza! Barbosinha!
O que importa é que a Grande Barreira de Corais é "do caralho", com perdão do termo chulo. Mas ela é mesmo do caralho! Eu não esperava algo tão sensacional.




Chegamos à noite no hotel e já conseguimos um passeio de dia inteiro para às 8 da manhã do dia seguinte.
O dia estava bonito e partimos numa rica embarcação da Tusa T6 rumo à barreira sem ter a definição de qual "reef" iríamos parar. Por volta de 1:40 depois chegamos no Milln Reef para o primeiro mergulho. Como a maré estava cheia, mal se enxergava os corais do barco, apesar da água ser bem azul. Mergulhamos de snorkel e uma espécie de Long John para se proteger das Jellyfishes, famosas mãe d'águas assassinas! Ficamos mergulhando por cerca de duas horas. Sensacional! Além dos corais, vimos tartarugas e peixes de tudo que é naipe. A GoPro deu umas travadas, mas garantiu o registro. Acho que até a GoPro ficou emocionada.






Almoçamos no barco e fomos para outro ponto chamado Thetford Reef. Mais uma hora e pouco mergulhando. É de chorar de emoção, me lembrei bastante do meu avô Riosi e suas explicações sobre a vida marinha. Abaixo colocamos um dos vídeos dos nossos mergulhos:


Alguns fatos sobre a Grande Barreira de Corais:
- maior sistema natural do planeta;
- pode ser vista do espaço;
- tem 348 mil km2 e 2.300 km de comprimento;
- 2.900 espécies de corais;
- 600 ilhas;
- 1.500 espécies de peixes;
- 360 espécies de corais hard;
- 1/3 dos corais soft do planeta;
- 4.000 espécies de moluscos;
- 6 das 7 espécies de tartarugas marinhas;
- 125 espécies de tubarões.




Ah...e nada de mãe d'água assassina, mas um tubarão passou por nós! ;)
O passeio nos deu direito a um happy hour com cerveja pseudo liberado num baita albergue de Cairns. Ele é enorme e tem festa todos os dias. Bebemos e jantamos lá com o pessoal e ainda fomos no Night Market para dar uma olhada.
O que também chamou atenção aqui em Cairns é a quantidade de morcegos munaias existentes nas árvores. São uns mega morcegos e ficam o dia todo de cabeça para baixo. À noite o negócio parece Gotham City, eles ficam fazendo um baita barulho e trocando de árvore. Fábio Rios, poderias criar um novo jogo de tabuleiro: A invasão dos morcegos munaias!


Hoje cedo fomos para a Cairns Esplanade. É uma praia artificial com uma baita infraestrutura, já que a costa de Cairns está atrolhada de crocodilos e as praias são proibidas. Apesar dos 33 graus e umidade, ficamos por lá até o início da tarde e fomos para o aeroporto. 


Próxima parada: Sydney!

Abraços!

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

In Ferg we trust, Queenstown!

Teclando diretamente de um voo da Virgin Austrália rumo à Brisbane. Faremos uma rápida troca de aeronaves e partiremos para o nosso próximo destino, Cairns, a cidade próxima da Grande Barreira de Corais.
Nossas 48 horas em Queenstown foram marcadas por uma chuva constante e uma leve friaca. Hoje pela manhã estava 13 graus com uma chuvinha de lado tenebrosa, mas os mandinhos das escolas estavam tudo na rua de bermuda. Dá-lhe a criar resistência no corpo dos mandinhos!! Vale lembrar, estamos no verão por estas bandas.
Antes de falar da cidade, eu achei o vídeo abaixo no YouTube de um pouso no aeroporto de Queenstown. É sensacional!! Só o vídeo já convence qualquer um a passar por aqui.


Bom, o primeiro galo cinza que chegou em Queenstown, em 1861, chamava-se William Rees, explorador europeu e exímio criador de ovelhas. Ele e sua esposa construíram a primeira casa na frente do lago Wakatipu. Um ano depois descobriram ouro na região e correram com eles de lá. Pagaram 10 mil libras e uma fazenda na região de Kawarau. Com a descoberta do ouro, a população da "vila" passou de 14 para 9.500 pessoas em menos de um ano. Atrolharam o pico!
Queenstown gira em torno dos esportes radicais. É só chegar por aqui com alguma ideia doentia em alta velocidade ou que tu gire no ar ou que pule amarrado, que certamente serás ouvido ou vão te acusar de plágio. Loucura é o que não falta! O centro da cidade é lotado de lojinhas te oferecendo de tudo. Perto daqui que surgiu o primeiro Bungy Jump do mundo, chamado Kawarau Bungy. Ele é o famoso que, não satisfeito com o pulo, o galo "veio" dá uma lambida com os cabelos no rio. Em Queenstown também tem um Bungy bem conhecido, chamado Ledge. Ele fica no alto de um morro ao lado da cidade. Foi lá que no domingo iniciamos os trabalhos. Pegamos a tal Skyline Gôndola até a parte de cima. A vista lá de cima é fenomenal. Como eles não são trouxas, lá tem um bar e um restaurante e ficamos tomando uma cerveja por algum tempo.



Como o clima não ajudou, tivemos que abortar nossa participação nos esportes radicais (aaahhhhhh é)! Uma coisa que nos chamou atenção foi o preço dos pacotes. Tudo mais de U$ 100,00 por cabeça! O único que fizemos foi um passeio pelo lago Wakatipu. Interessante! Esse lago é o segundo mais puro do mundo (só perde para um na Antártica) e a água é muito clara. Nosso motora era um velho lobo do lago chamado Wayne. Ele está nesses passeios desde 1982 e o sotaque dele exigiu alguma concentração. A pronúncia dele para o próprio nome já foi complicada: "Uuueinnne" ou algo semelhante.



Mas se quiserem comer um belo hambúrguer é só ir no Fergburger, o "Serious Burger"! O pico está sempre lotado, desde de manhã cedo até à noite. Hoje mesmo passamos umas 9 horas na frente e já tinha uma gurizada metendo um burger pra dentro. Não sei se o galo Ferg realmente existiu, pois o logotipo é de uma cara tipo o Abraham Lincoln. Mas sei que os negócios deles estão de vento em polpa. Ao lado do hambúrguer tem a Ferg Bakery (padaria) e mais uma casa ao lado, a Mrs Ferg (isso mesmo, esposa do galo Ferg) possui uma sorveteria! Desta forma, os negócios da família Ferg ficam botando gente pelo ladrão o dia todo. Como diz a frase na entrada do Fergburger: "in Ferg we trust"!
O restante do tempo ficamos caminhando pra lá e pra cá. Algumas fotos foram feitas e algumas cervejas tomadas. Queenstown é bem legal e vale a pena visitar. Recomendamos mesmo não sendo adeptos dos suicidios radicais, ops, esportes radicais.



E a viagem continua...rumo à Austrália, o último país a ser visitado nesse Tour pela Oceania.

Abraços!

domingo, 24 de janeiro de 2016

Kia Ora

Pisamos em solo Maori no sábado, dia 23, depois de 6 horas de voo de Papete pela Air New Zeland. Com o fuso de 23 horas a mais na Nova Zelândia (NZ) e como saímos do Taiti na noite de quinta-feira, o dia 22 de janeiro de 2016 não existiu em nosso calendário. Já arrancamos a página de nossas agendas, pois este dia não ficará na nossa história. Será nosso primeiro ano bissexto com 365 dias. Esse fato se deu, pois lá pela metade do voo cruzamos a linha do tempo, avacalhando com o organismo e a agenda da gurizada. Como voltaremos para o Brasil pelo mesmo caminho, estas horas serão recuperadas (nosso domingo 31/1 terá 37 horas), mas quem faz a volta ao mundo, vinagre! Foi-se um dia de vida. Nosso 22/01/2016 ficou conhecido como "O dia que nunca existiu" e o 31/01/2016 será o "O domingo sem fim"!



A chegada em Auckland foi tumultuada. Uma mega fila na imigração (estilo Guarulhos) e quando chegou a nossa vez um indiano nos fez várias perguntas, querendo saber o porquê de ficarmos apenas 4 dias na NZ. Ele pareceu aceitar que temos que voltar para trabalhar no Brasil e nos deixou passar. Mas foram 5 passos e meio e uma agente da polícia nos abordou. Com uma aparência de tensão, pediu nossos passaportes. Conferiu-os e nos encheu os "cojones" de perguntas. Barbosinha! Queria saber onde íamos ficar, o que íamos fazer em Auckland, para onde íamos depois, o que íamos ver em Queenstown, o por que de apenas 4 dias no país, o tamanho das malas (o qual tive que fazer umas mímicas), etc. Só faltou nos levar para uma sala para uma revista íntima. Acabou nos liberando, mas só depois de anotar o número do nosso passaporte num bloquinho guerreiro.
Saímos caminhando meio tensos, comentei com a Clarissa: "os galos vão ficar de vigília!! Certo que ficarão nos seguindo o tempo todo!" Bom....mais alguns passos e relaxamos. Coletamos as malas, as quais verifiquei que minha mímica tinha sido impecável, e partimos em direção a alfândega. No caminho, umas olhadinhas para trás de revesgueio para ver se tinha alguém nos seguindo. Pareceu que não, mas de trouxa só temos a cara e o jeito de andar, vamos ficar ligados. Até que colocamos as malas na esteira para o raio-x e "piiiiiiiiiiii"!!!!!! A las putcha, pensei eu, colocaram algo nas nossas malas. Uma tiazinha fardada de policial vem em nossa direção e pede para abrir a mala da Clarissa. Deu uma remexida e alarme falso. Ela falou com um sorriso jocoso: "Welcome to New Zeland"!
Fomos de ônibus até o nosso hotel, um Ibis Budget para não ficar mal acostumado. O hotel fica a meia quadra da Queen's St., uma das principais ruas de Auckland. Na metade da manhã iniciamos a caminha pela cidade. Como o policial imaginário (ou não) estava nos seguindo, todas as ruas que atravessamos foram na faixa de segurança e aguardando o bonequinho verde.


O sábado estava perfeito com calor e sol. Povo todo na rua! Primeira visita foi o porto de Auckland, local de onde partem os barcos para os passeios para as ilhas próximas. O lugar é afuzel! É um Gasômetro de Porto Alegre que deu certo. Aliás, muito, mas muito certo. Dá de relho em qualquer área portuária revitalizada que eu já tenha ido. Restaurantes, bares, hotéis, barcos, prédios bonitos, prédios feios, prédios abstratos e gente, muita gente movimentando a economia.



Por volta do meio dia, decidimos visitar o Auckland Museum para ver um Haka (dança de guerra Maori) ao vivo. Olhamos o mapa e pareceu perto. E começou a pernada, passamos pela Vulcan Lane e o Albert Park. E andamos... sobe lomba, desce lomba e nada de chegar. Calor senegalês e sol do meio dia no lombo. Uma hora depois chegamos na batalha do museu. Baita chupada de drops! Drops de anís ainda! Mas a Clarissa e eu pensamos o mesmo: "cansamos o galo policial que devia estar nos seguindo"! Museu interessante e o Haka bem meia boca! Como recompensa pela pernada, investimos U$ 2 cada um e voltamos de ônibus.
Encerramos à tarde subindo na Sky Tower, torre mais alta da NZ, e caminhamos pelo porto até anoitecer.



Hoje pela manhã caminhamos e caminhamos por Auckland. A cidade é bem pra frentex! Pareceu ser um baita lugar para morar por um tempo.
À tarde fomos para o aeroporto e partimos para Queenstown, no sul da ilha do sul da NZ. O lugar dos esportes radicais e da Terra-média.

Abraços!

* Kia Ora significa Oi ou bem-vindo em Te Reo (idioma Maori).

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Polinésia Francesa

Ia Orana (Oi em Taitiano)!!

Saímos a uma da manhã da Ilha de Páscoa e chegamos a uma da manhã em Papete. Que bonito! Como o voo teve 5 horas de duração e o fuso horário é de 5 horas para trás, praticamente revolucionamos as leis da física. Considerando que dormimos o voo todo, podemos imaginar após algumas cervejas, que na realidade viajamos no tempo. Em outro momento continuo os devaneios sobre a linha do tempo!


Papete é a capital do Taiti, que é a maior e mais populosa (cerca de 187 mil habitantes, menos que Big River) ilha da Polinésia Francesa (PF). A PF é um país de outro mar (como chamam os franceses) e é composta por 5 arquipélagos, dentre esses está o da Sociedade. Nele se encontram as ilhas mais conhecidas: Taiti, Morea, Bora Bora, entre outras.
Na chegada fomos para o Manava Suíte Resort, 3 estrelas! Breve parênteses: 3 estrelas do Taiti é equivalente a uma constelação em Dhaka, no Bangladash. Com a função de imigração e bagagem, fomos deitar lá pelas 3:30 e às 7 horas já estávamos de pé.
 


 

Como até os guerreiros descançam, piscina do hotel até umas 10:30. Check out às 11 e pegamos um mini carrinho para dar uma banda por Papete. Fomos até o centro, almoçamos no Mercado Municipal e tentamos caminhar um pouco, mas a temperatura era de uns 30 graus e uma umidade infernal. Pegamos o carro e costeamos a ilha para conhecer um pouco.


Lá pelas 4 da tarde entregamos o carro no aeroporto e embarcamos em um ATR 42 da Air Tahiti para Bora Bora. Para nós o voo foi bem tranquilo (céu de brigadeiro), mas para um magrão na fila ao lado foi uma tensão! O meu guri parecia bem tranquilo, aspecto de um experiente viajante, bermuda de surf, chinelinho, notebook na mão etc e tal. Mas foi decolar que bateu o pavor no galo! Praticamente ficou todo o voo naquela posição de pouso de emergência (com a cabeça encostada na pernas) e olhar pela janela só de pseudo soslaio (aquela bem de canto de olho rapidinha). E olhava e voltava rápido. Pânico total no Taiti para o guri! Bom, a Clarissa vai dizer que isso não aconteceu bem assim, mas não acreditem, ela não estava prestando atenção! ;)


Pousamos no final da tarde e um barco do "albergue" nos levou para uma cabana sobre as águas. Aí virou sacanagem, as fotos abaixo falam por si. Praia, caiaque, praia, frescobol, praia, praia, praia,....e observar a vida alheia. Dois casais muçulmanos tomando uma surra do caiaque, uma briga tensa entre uma família francesa, vários num vermelhão reluzente, uma japinha tentando remar de sup contra o vento e não saindo do lugar e assim foram passando os dias.

 



Ah....na primeira noite é que apareceu um visitante inesperado. Eram quase 3 da manhã quando a Clarissa me acorda com um berro: "tem uma barata na cama!!" Acordei perdidaço! Mexemos na cama e lá estava ela. Mato a barata e falo: "relaxa minha gala, é só uma baratinha daquelas que tem nos Molhes do Cassinero". Esses "albergues" são complicados mesmo. Afinal de contas, esses bangalôs é que invadiram o habitat dos peixes, algas, baratas, etc.
Na quinta-feira final da manhã fizemos check out e pegamos um barco e um ônibus para Vaitape, centrinho da ilha. Estava um baita sol na cuca e não tem praticamente nada para ver.
Às 6 da tarde fomos de barco até o aeroporto e agora um ATR 72 nos levou de volta a Papete. Serão 6 horas de espera para voar para Auckland, Nova Zelândia. E o legal é que a Nova Zelândia está 23 horas na frente no fuso horário...vai complicar o organismo da gurizada.

Mauruuru (Obrigado) e Nana (tchau)!!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

O umbigo do mundo

Aqui estamos na Ilha de Páscoa, o Umbigo do Mundo e a terra do povo Rapa Nui. Foi para essa ilha que meus pais fizeram a primeira viagem para o exterior juntos em 1977. Eu estava só na tentativa. Mas desde pequeno tinha um Moai me olhando na estante da sala. Chegou o momento de visitá-los.
Para chegar aqui nossa viagem começou no sábado em Santiago. Fomos recebidos pelo cidadão emérito de Big River e candidato à emérito do Chile, Fabio "Ita" Santos e a Mari. Almoçamos e partimos rumo ao Pacífico. Paramos em Valparaíso para caminhar um pouco e pegar um dos elevadores para cima do morro. Esses elevadores são muito bala, de madeira anti-cupim e com um sistema de engenharia que parece a moda bicho, mas aguenta "templores" e tsunamis. Lá de cima é outra cidade, com ruazinhas estreitas, cafés, hostels e uma vista sensacional do oceano. No final da tarde passamos por Viña del Mar, que estava atrolhada de gente. Adentramos Santiago no início da noite e ainda demos uma olhada de revesgueio no Palácio da Moneda (sede do governo) e nos prédios históricos do centro.
Por fim, o Ita preparou uma paleta de "oveja" patagônica de cair os butias do bolso.


Na manhã de domingo pegamos um 787 para Ranga Roa, a única pseudo cidade da Ilha de Páscoa. Sendo o lugar mais isolado do mundo, essa famosa ilha fica a 3.400 km da costa chilena e a 1.900 km da ilha mais próxima. Por isso os Rapa Nui achavam que lá eram o centro do universo.Hoje menos de 6.000 pessoas vivem na ilha.


Na chegada já pagamos a entrada do Parque, que custa U$ 60 ou 30 mil pesos (algo como U$ 42). Pagamos em pesos, por supoesto. Fomos para o Kaimana Inn, hotel relativamente justo. Pesquisamos e os passeios de um dia inteiro custam cerca U$ 60 por cabeça e o aluguel do carro U$ 90 por um dia e meio. Caranga neles! Alugamos um Suzuki Jimmy bala! 4x4, tinindo!


Durante os dois dias em que ficamos na ilha visitamos mais de uma vez diversos lugares. Esta foi a facilidade de alugar o carro. No Rano (vulcão) Kau, que fica no sul da ilha, fomos duas vezes. A primeira para ver a cratera e a segunda para visitar a Aldeia de Orongo. Essa aldeia era um lugar sagrado e onde os homens-pássaros lançavam-se ao mar em busca do primeiro ovo da ave manutara (o filme Rapa Nui dos anos 90 é baseado nessa batalha). Este primeiro ovo ficava numa ilhazinha ao lado chamada Motu Nui. E os meus guris se atiravam rochedo abaixo atrás do tal ovo. Barbosinha!




Visitamos também diversos Ahus (plataformas), onde os moais eram colocados. A Ahu Tahai é a única em que o moai possui olhos. A Ahu Akivi é a única em que os moais estão de frente para o mar e possui hoje 7 bem conservados.


O mais visitado dos Ahus foi o Tongariki, que localiza-se a nordeste da ilha e possui 15 moais. É o famoso "Los 15". Lá fomos no final da tarde de domingo e duas vezes na segunda-feira. Uma delas chegamos para ver o nascer do sol que nesta época do ano está bem atrás deles. Sensacional! Saímos às 6 da matina do hotel e em 20 minutos estávamos lá. As fotos abaixo falam por si!




De Tongariki passamos pelo Ahu Te Pito Kura, onde está o famoso umbigo do mundo. Na realidade, é uma pedra não muito grande que dizem ter alguma propriedade magnética. Seja lá o que for, na nossa presença ela estava de vacaciones.
Seguimos em frente até a praia de Anakena. Além de ser uma praia com água transparente e areia bem clara, ela nos reserva 5 moais, sendo 4 deles com Pokau (chapéu). O contraste dos moais com a praia é fenomenal.


Outro ponto clássico da ilha é o vulcão Rano Ranaku, também conhecido como o local em que os moais eram fabricados. Lá estão mais de 300 moais enterrados ficando, na maioria das vezes, somente a cabeça para fora. E eles decidiram mantê-los assim, pois enterrados ficam melhor conservados. O que nos fez pensar é na forma que estes galos transportavam estes moais para todos os pontos da ilha. É difícil de acreditar que tenham empurrado sobre os troncos de árvores, mas é o que reza a lenda. Falando nisso, aconselho um livro muito bom chamado Colapso, do Jared Diamond. Um dos capítulos é dedicado à Ilha de Páscoa e são detalhadas as teorias do motivo da construção dos moais e o colapso da civilização.



O Rano Raraku fica bem perto "de Los 15", então passamos lá novamente e pegamos uma japonesa de vestido branco ao vento fazendo um book.
Entregamos o nosso carro às 8 da tarde depois de mais de 200 km rodados na ilha. Num primeiro momento achamos que a ilha era pequena, mas quando começamos a andar, nós demos conta que não é bem assim.
O nosso voo sai somente a uma da manhã e estamos a bangú desde o final da tarde. O interessante é que fizemos o check out do hotel às 10 da manhã e a temperatura estava perto dos 30 graus e vento. Coitado de quem vai ao nosso lado no voo, pois banho só em Papete, no Taiti, depois de no mínimo 5 horas de voo.

Adeus Rapa Nui, um dia voltaremos!
Valeu Ita e Mari pela hospedagem! Sem palavras!

Grande abraço!