"Como é evidentemente muito dificil escrever a verdade, no interesse dela eu me permiti às vezes ir um pouco além ou ficar um pouco aquém."

Robert Capa (1913 - 1954)

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Dia 3 - Eyjafjallajökull

Hoje acordamos cedo para desbravar o countryside da Islândia. Saímos do albergue com o nosso "cochecito", um Hyundai i10, por volta das 8:30. Temperatura de 9 graus e a tradicional chuva que não nos larga.
Fomos na direção leste para fazer o Golden Circle, passeio mais tradicional, que passa pelo Parque Nacional Pingvellir, Geysir e Gullfoss. Como falei ontem, depois de pesquisarmos, para duas pessoas sai mais em conta alugar um carro que comprar pacote turístico.
A primeira parada foi Pingvellir que é o lugar mais histórico da Islândia, pois segundo eles, os Vikings criaram alí o primeiro parlamento democrático do mundo lá pelo ano 930 d.c. Que beleza! O parque é cheio de montanhas e cachoeiras e nele também fica Silfra, a fenda que separa as placas tectônicas da América do Norte e da Euroásia. Sendo assim, na foto abaixo o lado esquerdo é América do Norte e o lado da direito é a Europa! E segundo um mergulhador guerreiro, que estava preparando uma equipe para mergulhar nessa água de 2º C de temperatura, todo o dia estas pedras se mexem. Bem tenso! Mas o legal do mergulho, se é que é legal mergulhar numa água de 2º, é a visibilidade é de 120 metros, ou seja, é muito clara e também potável.




De lá seguimos viagem para Geysir, cerca de 50 km de Pingvellir. Quando chegamos a chuva apertou, mas metemos ficha igual. Os Geysirs ficam em uma área não muito grande, mas o mais interessante é que lá está o o Geysir original, quer dizer, o Geysir que deu origem a série. Explicando melhor, o Geysir chamado Geysir foi batizado com este nome, pois deriva do verbo "gjósa" que significa jorrar. A partir daí todos as nascentes termais que entram em erupção periodicamente foram chamadas assim. Então podemos dizer que Geysir é como Bombril, Gillette, etc.
Além do Geysir original, há o chamado Strokkur que é o maior e está mais ativo. A cada 5/10 minutos "explode" tocando água e fumaça até 30 metros de altura.




Compramos um sanduíche e seguimos o baile até Gullfall, a mais famosa catarata da Islândia. A história conta que a catara ficava nas terras do Sr. Tomas Tomasson (em bom português seria Tomas Jr. ou Tomas Fº) e que um empresa gostaria de usar a catarata para construir uma hidrelétrica. Ele foi contra, mas a empresa conseguiu através do velho jeitinho islandês liberar o projeto. Entretanto, a empresa não conseguiu pagar para o governo o projeto e a hidrelétrica acabou não saindo do papel. Em 1975, Gullfoss foi doada para a nação e se tornou uma reserva natural.
Ah...mudando de assunto, sobre o nome dos filhos, eu fiquei com uma dúvida que não conseguiram me responder. Como seira o nome do neto do galo Tomas se ele se chamasse Tomas também. Tomas Tomason Tomason. E se meu primo Floriano tivesse nascido por estas bandas, ele seria Floriano Florianoson Florianoson e o filho dele Floriano Florianoson Florianoson Florianoson. Um pouco lusitano esse formato de dar nome as pessoas, mas deve ter uma lógica que eu não consegui entender ainda.


De Gullfoss encerramos o Golden Circle e pegamos uma estrada de terra rumo a sudoeste para encontrar o famoso vulcão Eyjafjallajökull. E não foi fácil! Achávamos que teria alguma sinalização, já que o galo vulcão se tornou bastante famoso. Mas nada, seguindo meio na raça e parando para perguntar em alguns lugares, até que chegamos no galo véio! O cume estava um pouco encoberto, mas conseguimos ver o vulcão que conseguiu parar o tráfico aéreo europeu em 2010. 
No voo da Icelandair vimos um documentário chamado Aska (cinza em Islandês). Ele mostra a vida de umas 4 famílias que possuem fazendas ao redor do Eyjafjallajökull. Um senhor herdou a fazendo do avô que tinha adquirido em 1906 (lembrando que a última erupção do Eyjafjallajökull tinha sido em 1821) e mesmo sabendo que estava ao lado de um vulcão ativo, nunca pensou que um dia fosse entrar em erupção. Bom, pensando no investimento realizado 104 anos antes, por pior que tenha sido, com certeza já foi pago. Mas o interessante do documentário é que depois que o vulcão acalmou e as cinzas foram retiradas, a colheita aconteceu normalmente. E mais, o que o vulcão expeliu se tornou um fertilizante natural e a qualidade do pasto ficou melhor ainda. E viva a natureza!


No final das contas foram cerca de 350 km nas estradas da Islândia. Em Reykjavik tomamos uma outra cerveja local, chamada Viking (nome meio óbvio para uma cerveja na Islândia, mas tudo bem!) e já compramos nossa ticket do ônibus para amanhã cedo. Opa...ônibus para o aeroporto e depois um voo para London London! Vou lá que as 4:30 da manhã estaremos em pé!

Ah....por causa da chuva a Aurora Boreal vai ficar para uma próxima oportunidade. Ela está acontecendo, mas precisa ter céu claro! Vinagre pra nós!

Abraço,
Leonardo

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