"Como é evidentemente muito dificil escrever a verdade, no interesse dela eu me permiti às vezes ir um pouco além ou ficar um pouco aquém."

Robert Capa (1913 - 1954)

domingo, 16 de setembro de 2018

België

Partimos de Amsterdam às 8:22 com destino a Antwerpen, a Cidade dos Diamantes. Também conhecida como Anvers pelos francófonos. Meu pai morou lá nos anos de 1991 e 1992 e eu, minha irmã e minha mãe passamos 3 meses.
Agora um pouco de história: um boato forte diz que o nome de Antwerpen veio da lenda do gigante Druon Antigoon que morava perto do Rio Escalda. Ele cobrava um pedágio para atravessar o rio e quem não pagasse, ele cortava uma das mãos e a atirava no rio. Até surgir o jovem herói Silvius "Le Coq" Brabo, que matou o gigante, cortou a mão e a atirou nas águas. Daí surgiu o nome da cidade "Arremessador de mãos". Parabéns ao Brabo!
Além de famosa por ter recebido a família Rios, Antwerpen também é conhecida por ter sido sede das Olimpíadas de 1920, a qual o Brasil ganhou a sua primeira medalha ouro, e por ser a cidade que o pintor Peter Paul Rubens morou boa parte de sua vida.
Chegamos por volta das 10:30 e fomos caminhando da estação (muito bonita) até o nosso Ibis pela Meir, principal rua da cidade. Largamos as malas, encontramos meus pais e fomos para a Groenplatz, entramos na Catedral, que foi construída no século XIV, passamos pela Grotemarkt, onde tem uma estátua do galo Brabo e finalizamos na beira do rio. No almoço tive a surpresa da chegada da minha irmã e do Rafa e fomos caminhar no Red Light District de Antwerpen e no museu MAS, inaugurado a pouco e que tem uma bela vista da cidade. A noite uma Koningen, cerveja tradicional da cidade, para relaxar.



No sábado pegamos um trem para Brugges, a Veneza do Norte. Que não quer dizer Bruxas como se pensa e, sim, ponte em holandês antigo. Como estava um baita dia, nós e o mundo resolvemos ir a Brugges. Caminhamos pelas ruas medievais pela manhã e ao meio dia fizemos um passeio de barco. Imperdível! Mais legal foi o nosso piloto, um velho lobo dos canais, que contou histórias pitorescas da cidade. Uma delas foi uma comparação que ele fez com Ghent, cidade próxima. Lá ele disse que a atmosfera é diferente, pois tem várias universidades e jovens. Em Brugges só tem uma universidade e com um curso, o de Padre. Mas disse que é um baita sucesso, possui 5 alunos!!



Por voltas das 15 horas pegamos um trem para Ghent a fim de visitar a obra dos irmãos Van Eyck, a Adoração do Cordeiro Místico. O quadro foi finalizado em 1432 e possui 24 painéis. Para quem já viu o filme Caçadores de Obras-Primas com o George Clooney deve se lembrar, pois é o tal quadro que eles vão atrás o filme todo. Ele ficou famoso porque já andou na mão de um monte de gente, os protestantes quiseram queimar, Napoleão passou as mãos, em 1816 o prefeito de Ghent vendeu uma parte, nas grandes guerras foi a vez dos alemães, até o George Clonney, o Matt Damon e seus amiguinhos recuperarem em 1945. Hoje ela está na Catedral de São Bavo.
Depois da visita aproveitamos para comer um chocolate no Leônidas e caminhamos pelo centro de Ghent que estava tendo um festival de rua. O centro é muito legal, cheio de igrejas, torres e na beira do rio têm degraus onde uma galera fica sentada tomando um álcool. À noite voltamos para Antwerpen.



Hoje foi um dia mais tranquilo. Domingo de sol, passamos na feira de final de semana, na frente do Ibis e do apartamento que morávamos, e fomos para o Stadpark caminhar um pouco. Depois voltamos pela Meir até a zona central da cidade que estava tomada de gente, músicos de rua, feiras, briques e tudo mais. No meio da tarde nos dirigimos para a estação, passando ainda no bairro dos judeus para ver as famosas trancinhas dos ortodoxos de Antwerpen.



Às 18:36 nos despedimos da família e pegamos um trem para Düsseldorf. Aí começou a odisséia que daria um outro texto. Resumindo: descemos em Leuven para trocar de trem, só tínhamos 4 minutos. Correria, mas missão cumprida! Entramos num trem para Welkenraedt lotadaço, a asa voando e tivemos que ficar em pé. A sorte que parou em Liege e uma galera desceu. Sentamos! Em Welkenraedt correria de novo para trocar para o trem para Aachen, já na Alemanha. Missão cumprida! 15 minutos depois, em Aachen, saímos correndo para pegar o último trem e vinagre! Chegamos 5 minutos atrasados e tivemos que esperar o outro trem para Düsseldorf. Às 21:51 embarcamos na última perna para o destino final. Foram mais 11 paradas e 1:50. No total foram 5 horas, 4 trens, 3 trocas, 18 paradas, uma câimbra na panturrilha, um chocolate estourado na bolsa da Clarissa e esse texto, mas foi legal! Muito bala! A Clarissa até disse que não foi muita batalha!
Amanhã ficaremos em Düsseldorf, o Esplendor do Reno! Tchüss!

Nenhum comentário:

Postar um comentário