"Como é evidentemente muito dificil escrever a verdade, no interesse dela eu me permiti às vezes ir um pouco além ou ficar um pouco aquém."

Robert Capa (1913 - 1954)

domingo, 24 de janeiro de 2016

Kia Ora

Pisamos em solo Maori no sábado, dia 23, depois de 6 horas de voo de Papete pela Air New Zeland. Com o fuso de 23 horas a mais na Nova Zelândia (NZ) e como saímos do Taiti na noite de quinta-feira, o dia 22 de janeiro de 2016 não existiu em nosso calendário. Já arrancamos a página de nossas agendas, pois este dia não ficará na nossa história. Será nosso primeiro ano bissexto com 365 dias. Esse fato se deu, pois lá pela metade do voo cruzamos a linha do tempo, avacalhando com o organismo e a agenda da gurizada. Como voltaremos para o Brasil pelo mesmo caminho, estas horas serão recuperadas (nosso domingo 31/1 terá 37 horas), mas quem faz a volta ao mundo, vinagre! Foi-se um dia de vida. Nosso 22/01/2016 ficou conhecido como "O dia que nunca existiu" e o 31/01/2016 será o "O domingo sem fim"!



A chegada em Auckland foi tumultuada. Uma mega fila na imigração (estilo Guarulhos) e quando chegou a nossa vez um indiano nos fez várias perguntas, querendo saber o porquê de ficarmos apenas 4 dias na NZ. Ele pareceu aceitar que temos que voltar para trabalhar no Brasil e nos deixou passar. Mas foram 5 passos e meio e uma agente da polícia nos abordou. Com uma aparência de tensão, pediu nossos passaportes. Conferiu-os e nos encheu os "cojones" de perguntas. Barbosinha! Queria saber onde íamos ficar, o que íamos fazer em Auckland, para onde íamos depois, o que íamos ver em Queenstown, o por que de apenas 4 dias no país, o tamanho das malas (o qual tive que fazer umas mímicas), etc. Só faltou nos levar para uma sala para uma revista íntima. Acabou nos liberando, mas só depois de anotar o número do nosso passaporte num bloquinho guerreiro.
Saímos caminhando meio tensos, comentei com a Clarissa: "os galos vão ficar de vigília!! Certo que ficarão nos seguindo o tempo todo!" Bom....mais alguns passos e relaxamos. Coletamos as malas, as quais verifiquei que minha mímica tinha sido impecável, e partimos em direção a alfândega. No caminho, umas olhadinhas para trás de revesgueio para ver se tinha alguém nos seguindo. Pareceu que não, mas de trouxa só temos a cara e o jeito de andar, vamos ficar ligados. Até que colocamos as malas na esteira para o raio-x e "piiiiiiiiiiii"!!!!!! A las putcha, pensei eu, colocaram algo nas nossas malas. Uma tiazinha fardada de policial vem em nossa direção e pede para abrir a mala da Clarissa. Deu uma remexida e alarme falso. Ela falou com um sorriso jocoso: "Welcome to New Zeland"!
Fomos de ônibus até o nosso hotel, um Ibis Budget para não ficar mal acostumado. O hotel fica a meia quadra da Queen's St., uma das principais ruas de Auckland. Na metade da manhã iniciamos a caminha pela cidade. Como o policial imaginário (ou não) estava nos seguindo, todas as ruas que atravessamos foram na faixa de segurança e aguardando o bonequinho verde.


O sábado estava perfeito com calor e sol. Povo todo na rua! Primeira visita foi o porto de Auckland, local de onde partem os barcos para os passeios para as ilhas próximas. O lugar é afuzel! É um Gasômetro de Porto Alegre que deu certo. Aliás, muito, mas muito certo. Dá de relho em qualquer área portuária revitalizada que eu já tenha ido. Restaurantes, bares, hotéis, barcos, prédios bonitos, prédios feios, prédios abstratos e gente, muita gente movimentando a economia.



Por volta do meio dia, decidimos visitar o Auckland Museum para ver um Haka (dança de guerra Maori) ao vivo. Olhamos o mapa e pareceu perto. E começou a pernada, passamos pela Vulcan Lane e o Albert Park. E andamos... sobe lomba, desce lomba e nada de chegar. Calor senegalês e sol do meio dia no lombo. Uma hora depois chegamos na batalha do museu. Baita chupada de drops! Drops de anís ainda! Mas a Clarissa e eu pensamos o mesmo: "cansamos o galo policial que devia estar nos seguindo"! Museu interessante e o Haka bem meia boca! Como recompensa pela pernada, investimos U$ 2 cada um e voltamos de ônibus.
Encerramos à tarde subindo na Sky Tower, torre mais alta da NZ, e caminhamos pelo porto até anoitecer.



Hoje pela manhã caminhamos e caminhamos por Auckland. A cidade é bem pra frentex! Pareceu ser um baita lugar para morar por um tempo.
À tarde fomos para o aeroporto e partimos para Queenstown, no sul da ilha do sul da NZ. O lugar dos esportes radicais e da Terra-média.

Abraços!

* Kia Ora significa Oi ou bem-vindo em Te Reo (idioma Maori).

9 comentários:

  1. Genial!!! O dia que nunca existiu foi phoda!!! Se eu fosse vcs não aceitava o dia de volta... Haka neles!!! Aproveitem NZ!!!

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  2. Muito bom!!! Vcs estão lindos! A Mariah pediu pra dizer que tá com saudades!

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  3. Eba!!!! Não é o sorvete de blueberry né?!

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  4. Oieeee!
    Que tensão o indiano fazendo mil perguntas! E a agente da polícia também! E o piii da mala da Clá na esteira!!! Mas nada supera o domingo sem fim! O domingo por si só já é um dia depressivo... com 37 horas então!!! Pqp! Mas... Considerando que vcs estão nessas condições ruins de férias, talvez não tenha sido tão ruim assim!! 😊
    Clá, quando tu te arrumou antes de sair de casa já sabias que ias andar horrores??? Toda arrumadinha! Com direito a saia com laçarote e sandalinha... 👍

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  5. Entendo os caras, vcs com essas caras de terroristas, também iria dssconfiar! Hahahahahha... Nenhuma japa na área? Keep walking, my friends!

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    1. Hehehe...hoje na chegada na Austrália aconteceu de novo. Depois eu conto. E o que mais tem aqui é japa...Barbosinha!

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